terça-feira, 6 de março de 2012

Avenida Deserta.

O vi, mas eu não o conhecia. Porém ele sorria pra mim, com um sorriso que trazia uma melodia silenciosa, muda talvez mas ainda sim uma melodia. Era como se há anos eu o vi-se, o conhecia. Mas não. É estranho acordar e ver que, bem...aquele sonho não sai de sua mente, não sai de você. Algo tão real, e propriamente tão absurdo. Queria então conhecê-lo, queria muito, queria demais. Mas como encontrar alguém que jamais tinha visto, que nem ao menos o nome sabia? Não havia como encontrar uma ilusão, um sonho de uma pessoa que talvez nunca existira. 
Nunca. A palavra nunca, parecera pesada demais para tê-la como realidade. Não poderia, ele tinha, ele haveria de existir. Por mais idiota, estranho que isso aparecera, era interessante e de uma sedução imensa alimentar esperanças a um sonho, apenas um sonho. Nada mais. Pensará assim até, tocar no sonho de novo e imediatamente ele estava ali passado por mim, no meio de uma avenida deserta. Pouco me importei e não liguei tais fatos a esses, ele apenas chamou atenção nada mais, nada extraordinário demais. 
Porém quando os pensamentos se acalmaram quando chegara em casa, liguei o som a música suave tocava e deitei-me na cama, sem pensar demais apenas tentando descansar. Até que um súbito pensamento me levou a ele – aquele garoto que chamou a atenção, que não fazia a menor ideia de quem era. E pensando nele, o sonho se misturou e assim puder ver que tanto o sonho estranho quanto a realidade estranha, tinha ele como ator. Embora, isso parecesse loucura estava real demais, mas a realidade não nos priva da querida loucura - lembrei-me. 
Como pudera, o desconhecido do sonho passar a desconhecido na vida real, em planos de algumas horas? Não poderia, não poderia, não poderia – repetir a si mesmo isso, e dizendo que isso no fundo só é uma mente um tanto complexa demais. Mas sempre tem aquela pequena voz dizendo que são apenas jogos da mente, mas a grande paranoia diz o contrário - ela sempre faz isso. 
Como se ele mesmo falasse quase sussurrando - sou eu, quer você queria acredita ou não.

Stephanie Alcântara de Souza.




OBS: Talvez esse texto tenha alguma continuação, mas ainda não tenho tanta certeza disso.