segunda-feira, 25 de março de 2013

Tu pode voar como um pássaro ou com um avião, o essencial que tu saiba voar.

Esse negócio de liberdade. Acredito que nasci pra ser livre e que ninguém queria me prender, por favor. Dizem que quem ama deixa de ser livre pra viver outra pessoa, e os dois virarem um só. Porém discordo, discordo muito. Acho que quem ama tem que ter a liberdade de deixar o outro ser quem é, pra poder ser quem tanto espera ser também. A liberdade de criar, inventar, ir e vir. Vejo pessoas sendo livres mesmo pressas, e pessoas livres vivendo em prisão. É um grande paradoxo. Me sinto a pessoa praticamente mais livre do mundo e que almeja, deseja e pressa tanto por essa tal liberdade e que nunca vai deixar o par de asas enferrujado, sem voo, sem ver coisas novas, bonitas. Sempre me disseram que quem voa demais acaba caindo, discordo também. Quem voa demais, vive demais e em um determinado tempo ela não cai do voo, apenas pousa na terra deixa alguns passageiros e volta ao céus com nova tripulação. A vida é assim, nós vamos deixando alguns passageiros e buscando outros ou encontrando. Tu pode voar como um pássaro ou como um avião, o essencial que tu saiba voar. Tu pode voar sozinho ou migrar com os pássaros pro sul no inverno. Viajar de primeira classe com um sub piloto que talvez tu nunca queria abandonar, porque ele deixa tu voar, viver sua essência e quando pode voa junto contigo. As pessoas tinham que ser mais livres, mais libertas de si mesmas. Acreditar no poder da liberdade o de ser livre, viver o que imagina e o que sempre sonhou.
Tenho uma enorme estranhesa imersa dentro do peito, que nunca sei se vai ser preenchida. Daí a gente vai voando até que um dia encontra aquele mar bonito onde da vontade de pousar, mas a gente acaba só molhando os pés e voltando a viajem. Esse dias desci do voo pra deixar alguns passageiros e mergulhei no fundo do mar, me deixei levar pela ondas até chegar no ponto onde elas se formaram bem depois de mim. Encontrei paz ali. Percebi mesmo sem querer, que da pra voar e ser livre ali na água firme que leva, que arrasta e que afoga também. Depois de tanta liberdade, a gente descobre mesmo que a gente nasce pra ser selvagem e denominamos isso como liberdade por pura razão de ser cordial. Sou filha da lua, que ama tudo que trás um pouco de medo. Ama voar, e jamais vai deixar de ser livre - porém - ama mergulhar no fundo, ama a força das ondas, o jeito com que elas batem. E que terminando esse texto constata que a melhor mistura do mundo é o selvagem com a liberdade, porque são os mesmos, porque são nós.


Stephanie Alcântara de Souza.