segunda-feira, 13 de maio de 2013

OW

 Do mesmo jeito inesperado que comecei o texto, ele entrou na minha vida. Foi o clássico click sabe? É estranho isso, é estranho sentir, é estranho ter medo de perder, é mais estranho ainda querer que ele fique, fique por um bom tempo. Ele é alto e seus ombros são largos, ombros melhores que qualquer travesseiro que poderiam inventar no mundo inteiro. E por mais que repare, ainda não consegui distinguir seus olhos entre o castanho escuro e o preto, talvez uma mistura dos dois. A força do seu abraço é a melhor força das galáxias, mas ainda também não sei se é física ou energia do universo. Ele tem uma mania pertinente de irritar, e dar as gargalhadas mais lindas depois que consegue o que queria. Mas não é gargalhadas e sorrisos só com a boca, é com o olhos, as sobrancelhas, com a alma. Fingi estar roncando, pra depois me abraçar por ter conseguindo mais uma fez me irritar. Ele tem cabelos negros com fios esbranquiçados perdidos na bagunça de todos fios, e por mais que eu já tenha tinha bagunça particular não me importo de ter essa bagunça junto comigo. Não me importo em fazer cafuné nele durante uma tarde de sábado ou domingo, não me importaria mesmo se fosse  nunca segunda-feira de manhã. Sua barba é tão negra quantos os cabelos, porém tem fios dourados e não me importo de tê-la passeando pelo meu pescoço ou pela minhas costas. Ele é sério, mesmo sendo engraçado. Faz-me rir das coisas mais idiotas, mas mesmo assim arranca meus sorrisos mais sinceros. Reclamo do ciúmes dele, mas no fundo é bom se sentir tão protegida assim. Ele sempre afirmava que por ele isso nunca teria fim - eu ria - mas hoje quero afirmar junto com ele, de preferência de mãos dadas. Me sinto pequena perto dele, me sinto criança, me sinto feliz, completa talvez. Sua camiseta deveria ser patenteada a meu pijama favorito, mas gosto é mesmo dele sem ela. E não tem essa de querer ele por perto só porque está frio, chovendo ou o clima está pré-disposto a carinhos e chamegos. Mas tem essa de querer ele por perto, a qualquer momento, em qualquer clima, pra carinhos, chamegos, gargalhas, olhares e tudo mais. Ele fica em silêncio e me olha com um olhar mais calmo do mundo, e aquele olhar me faz se sentir sua companheira de verdade. A gente tem intimidade, a gente tem a gente e como é bom ser a gente, quando estamos juntos. Troco o jogo de futebol na quarta-feira, pra assistir the simpsons com ele. Ou até mesmo passaria todos os dias da semana assistindo two and a half men, ao seu lado. Troco as festas de fim de semana, pra poder pegar o ônibus e ir vê-lo. Até provo uma bebida nova pra agradá-lo, mesmo preferindo minha cerveja. E a vezes rezo baixinho agradecendo por ele ter tanta paciência comigo. Ele já ficou chateado comigo por não lembrar do dia 22, mesmo sabendo o quão esquecida eu sou. Ele chegou em casa e minha unica vontade era joga-lo no sofá e ficarmos por horas ali, no entanto eu contive meu riso vendo ele fingir assistir o jogo na tv. E quando ele me pegou pelo braço e me ergueu até quase eu bater no teto, me senti a pessoa mais alegre do mundo. Ele sabe demonstrar e talvez eu escreva um amontoado de palavras, apenas por não saber dizer ou demonstrar o que tanto quero que ele veja. Ele riu do meu presente de um mês, mesmo sendo um trocadilho sem graça alguma ou apenas um presente infantil.
 Ele briga comigo, sente ciúmes, implica, irrita, teima, discute, mas ele também ri comigo, conta história, fala sobre o futuro, é positivo, me protege. Ele é positivo, ele acredita, acho que isso trouxe muita luz pra mim.  Tenho o dia ganho, quando ele está comigo. Esqueci meu brinco na casa dele, mas queria ter esquecido meu corpo lá. Ele me acostuma mal, me liga toda noite, me mima e não sei o que vou fazer se um chegar a perde-lo. Olha em que pontos chegamos, alguns diriam que é desejo, outros só tesão, alguns mais tolos diriam paixão, mas os poetas ahhhh os poetas nomeariam isso como amor. Desejo que ele fique, mesmo longe, mesmo difícil, mesmo com toda minha estranheza, desejo com todas as forças do universo que ele fique do meu lado. Poderia ficar escrevendo até a insônia acabar, mas no fundo acho que esse negócio amar não tem como explicar.



Stephanie Alcântara de Souza.

sábado, 27 de abril de 2013

Quando chega.

As vezes, a felicidade demora a chegar
ela ficar bailando pelo ar.
Fugindo da gente, 
que tenta ser contente.

O amor então, nem se diga
da aquele frio na barriga. 
Pra depois fazer das lágrimas um mar, 
e pra onde vai todo o amar?

A solidão quando chega é diferente,
vem mansinha.
Começa a andar junto com a gente,
como se fosse boa companhia.

A inspiração já vem enfurecida,
tirando palavras da ferida.
Fazendo sangrar,
o que já havia esquecido...

da memória tão batida.



Stephanie Alcântara de Souza.

terça-feira, 16 de abril de 2013

São essas palavras que eu não podia dizer?

 Gosto da minha poesia, da minha escrita. Não que eu não seja humilde, mas na verdade acho que no intimo ninguém é. Se tu faz algo bem e gosta disso, deveria se orgulhar, porém ainda estou aprendendo. Então não chega a ser algo que tenha tanta ligação com a humildade, tu apenas gosta. Ame, talvez. Talvez, deseje.
 Acho que quando escrevo, as palavras me dão algo em troca. Algo intenso. As palavras me acolhem e me atormentam, me abraçam e as vezes me dão tapas no rosto cheio de olheiras de tamanhas insonias. Eu vivo com as palavras, sobrevivo, transo com elas. A poesia, me da um prazer selvagem demais e ao lê-las depois e ver aquele sentimento todo ali chega a ser um tremendo orgasmo. Realmente não fui humilde em escrever isso, mas temos que aceitar que fazemos sexo ou amor com as palavras todo dia ou toda noite. Talvez tenha sido direta demais ou talvez não, mas um bom leitor entenderá. Capaz de usar a sinceridade e abusar dela, em cada palavra. Alguns me jugaram por isso, mas ainda estarei me divertindo com as palavras ou gozando com elas. Sou cordial com as palavras e calma ao lê-las, mas não ao digita-las. Porém, as vezes gosto de rasga-las, parti-las ao meio e gritar aos quatros cantos do mundo ou as quatro paredes de um quarto.


Stephanie Alcântara de Souza. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A insonia engole, sem dó e sem pudor.

A madrugada me gospe,
mas a insonia que engole
Sem dó e sem pudor,
como se a falta de sono não trouxesse dor.

As colunas estão meio desordenadas,
mas a insonia caminha de mãos dadas
Sonhos nunca foram controlados
e meus olhos continuam arregalados.

A madrugada é escura,
em cada linha uma lacuna
Carrega um grande breu dentro de si mesma,
deve ser por isso que gosta de ser minha companheira.

A escuridão acalma,
mas as vezes é agonizante
Não se pode controlar a alma,
e os atos são aterrorizantes.

Acalmantes não adiantam mais,
nem a luz do computador me trás paz
A sede de vida é voraz,
nem o sono as palavras me trazem mais.

...Alma, só queria um pouco de paz.



Stephanie Alcântara de Souza. 




Esqueci de sentir.

De cabeça erguida segui,
mas eu nem percebi
Que o coração fechado eu deixei,
mas não me apavorei.

Andei olhando pra frente,
mas esqueci de repente
Que esqueci de sentir,
mas pro coração estava a mentir.

Olhei no horizonte,
mas queria ficar naquela ponte
Deixei a frieza me levar,
mas era ali que eu queria ficar.

Determinação e ação,
enquanto triturava o resto da emoção
Pouca emoção levei,
embora o coração ainda não tirei.


Stephanie Alcântara de Souza. 

Saudade nua.

Saudade é coisa brava,
Bate sem pensar duas vezes.
Saudade não tem vergonha na cara,
Joga toda sua acidez de uma só vez.

Saudade é bicho feio,
Vem depressa.
Saudade é despida,
Nua e crua, chega e atravessa.

Saudade é forte,
Não pede licença.
Saudade não abusa da sorte, 
Não reza, não tem crença.

Saudade é coisa de outro mundo,
Selvagem que é
Chega até nos corações vagabundos,
E não consegue deixar a alegria de pé.


Stephanie Alcântara de Souza.